segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Bandeira Branca
sábado, 21 de novembro de 2015
terça-feira, 10 de novembro de 2015
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Da verdade e da honestidade
Não se serve à mesa de podres de espirito.
Honestidade é a moeda dos nobres e sábios.
Não é perícia, é coragem.
É a mão firme piedosa da palavra necessária,
no momento doloroso.
Temer a verdade é temer a fome.
Nada vive sem alimento
E o do espírito é o mais esquecido.
Verdade é sina dos justos.
Temendo a honestidade,
vive-se a metade dos sentidos.
Tudo é máscara e dor anunciada.
Já dizia o poeta jornaleiro,
"De nenhum fruto queiras só metade".
Honestidade é a recusa
do sofrer adiado, próprio ou alheio.
Engano e indiferença são a morte lenta
do sonho, da fantasia.
A longa estrada da espera,
a recta que não dobra nem pára.
Porque me mentes e omites?
Não há atalhos no engano.
Sofrimento meu, assunto meu.
Não há sossego no esquecimento.
Não há sorrisos imaginados
na cara que não se mostra.
Não há verdade nas palavras não ditas
Nem honestidade no desaparecimento.
sábado, 26 de setembro de 2015
sábado, 19 de setembro de 2015
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
Ser alguma coisa
segunda-feira, 15 de junho de 2015
Os dias contam-se porque acabam.
É preciso medir a existência.
Não obstante, é nosso todo o entretanto.
Todos os momentos despertos
E os adormecidos também.
Não há medida para o alcance da força
Da alma determinada,
Nem que apenas levantada de uma queda maior.
São estes versos longos e estrofes curtas
Que me dão escape a esta madrugada.
Chuva de primavera indecisa,
Qual metáfora dos meus dias não realizados.
Será tarde?
domingo, 17 de maio de 2015
De elástico entrelaçado
No teu desajeitado cabelo cor de fogo,
Vi-te no luxo da bagunça
Em que me aceitavas
E na tristeza da tua silhueta
Fazendo-se pequena na distância
Em que que desapareceste.
Não havia portas à nossa volta.
A tua mão não obedecida ao protocolo
E os teus lábios só conheciam vontades.
Não havia portas à nossa volta.
O mesmo sossego que te trouxe,
Levou-te e libertou-te.
Eu sou a prisão de me doar,
A fugida possível que não experimentaste.
16.Maio.2015.
sábado, 28 de março de 2015
Perdão, mas hoje não posso.
Estou ocupada a nascer de novo.
Fui ali à mercearia da esquina,
Encontrei umas cerejas rosadas
E eram talvez a coisa
Mais colorida daquele dia.
Não sabiam a veludo nem seda.
Eram de cor amargura,
De cheiro solidão.
Mas trouxe-as no cesto.
Mastiguei a sua amargura
E engoli a sua solidão.
Foi o princípio da minha cura.
Perdão, hoje não vou.
Estou ocupada a sentir pena de mim.
Tentei as outras formas
A força, a glória, a modéstia e a humildade.
Mas acordei sempre na mesma pele.
Fugi do desgosto último
E só encontrei meias curas.
Por isso, hoje não posso.
Peço perdão.
Só do fundo ou do topo
Nascem os poemas.
Só do excesso e
Do choro e das cerejas,
Esperemos,
Virá algum sossego da tua partida.
quarta-feira, 18 de março de 2015
As tuas mãos eram penas.
Como penas ofereceram-me
O imediato aconchego
Que segundos depois o medo
Te roubou a ti e a mim.
Um dia o vento chegou e inebriou-te.
Como vieste, foste...
Foste porque ficando não podias ser
E sendo não sabias ficar.
Mas eu gostava que fosse diferente.
Que as folhas não caíssem das árvores
E que cada estação não fosse um adeus.
Tu és um adeus duro.
Não há verdade sazonal
Em planícies eternas.
sábado, 31 de janeiro de 2015
Se não for para a amar,
Que me fuja a luxúria.
Se não for para a acordar
com um beijo na testa,
Que nunca adormeçamos no mesmo leito.
Se não for para chorar por dentro,
A cada largar da sua mão,
Que não anseie o luxo do seu toque.
Se não for para embebedar-me do seu cheiro,
Que o leve o vento para longe sempre.
Se for para ver suas lágrimas,
Que se ceguem meus olhos.