E fez-se outono em dois dias.
Dois dias não te olhei
E hoje estavas nu de cores e calor.
Em dois dias desapareceu-te tudo
E eu dormia.
Foi um fechar de olhos do meu cansaço.
A névoa lá fora disse-me para ficar.
No entretanto, abraçou-te e despiu-te.
Deixou-te nesse abandono sazonal
E eu partilho a passiva culpa.
O tempo há-de vestir-te de novo
E se ainda me quiseres,
Talvez possamos ter finalmente
Uma primavera ou verão.