segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Porquês despropositados




O amor dispensa todas as coisas.
Dispensa até a existência.
Ignora por completo o discernimento
Enfia no mesmo saco o desejo e a razão,
Como se fossem eternos azeite e água,
sem nem sequer querer saber.

Voltarão eventualmente
a ser dois mas não sem se batalharem
e serem engolidos pelo tempo.

Não sei sequer o que é bom ou mau,
se te quero e te busco em todas as cores do dia,
ou só nos objectos que se mexem...
não consigo imaginar-te sem movimento.
Não podes parar, não podes deixar de existir.
Pelo menos não em mim.

Vais sempre tão desfeita de mim...
porque voltas?

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