sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Anonimato

Anonimato

A existência é a confusão personificada.
Que coisa é?
Que implica, isso de existir?

Estou neste manto de clandestinidade,
toda a gente se sabe existente
mas ninguém se conhece.
Somos animais.

As inexplicabilidades do correr das coisas,
são como um silêncio colectivo
de compatibilidade limitada.

Existo porque nasci?
Ou existo porque sou relevante para alguém?
ou para alguma coisa?

Poucos percebem toda a ambiguidade
de estar e ser...
São subtilezas sem catalogação,

Estás e és mas não existes e apagas-te.
Essa é a sina dos intensos e borratados.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Porquês despropositados




O amor dispensa todas as coisas.
Dispensa até a existência.
Ignora por completo o discernimento
Enfia no mesmo saco o desejo e a razão,
Como se fossem eternos azeite e água,
sem nem sequer querer saber.

Voltarão eventualmente
a ser dois mas não sem se batalharem
e serem engolidos pelo tempo.

Não sei sequer o que é bom ou mau,
se te quero e te busco em todas as cores do dia,
ou só nos objectos que se mexem...
não consigo imaginar-te sem movimento.
Não podes parar, não podes deixar de existir.
Pelo menos não em mim.

Vais sempre tão desfeita de mim...
porque voltas?