gosto de te pedir desculpa.
tenho coisas cá dentro
que nem sabes,
mas sempre
de perdão no bolso.
gosto da certeza de que voltas,
gosto de fugir
e não ver os teus olhos sem norte,
de dor que doer-me-ia
se ficasse para ver.
gosto que já saibas,
que comigo as desilusões são sem fim.
e só de saberes,
já te desenganas.
sei que levas um peso,
de uma bagagem vazia de mim.
um leveza que te esmaga
porque, ao contrário de ti,
eu não volto.
mas dizer que gosto,
desencanta-me de mim.
não devia gostar tanto
da certeza de ti.
A finitude chega
para ti e para mim
e cada dia é menos um dia.
Essa amiga eu já a conheço,
mas não vou saber sabê-la de ti.