Peguei agora no papel,
mas no momento em que o largar,
Acabado ou a sangrar,
o mundo continuará igual.
Uns quantos outros como eu
se sentaram em contemplação.
Procuraram em vão o juízo dos deuses
e evocaram todos os prejuízos da alma.
Mas isto da arte é como caminhar em areia.
Nada fica nem resiste. Nem eu mesma.
Venha vento ou água, a resolução é clara.
E o mundo parece feliz na sua inércia.
Que belo e triste esse propósito do acaso,
esse dia e noite porque sim,
esse expulsar de um pedaço de alma,
porque dentro já estava a mais.
Hoje não tinha nada a dizer,
mas tinha que dizer.
Já aceitei a inutilidade do meu propósito.
Que bela desculpa.