quinta-feira, 15 de maio de 2014

Fossem mais leves as asas que te levaram,
Fosse de ouro o teu silêncio,
Fossem brancas as memórias,
Fosse tudo a alegoria perfeita do que afinal não é,
E mais leve seria o meu luto.

Só seguindo é possível livrar-me deste escuro peso.

Eu sei, a lição teórica todos aprendemos já outrora
De lápis e caderno!
Ninguém me ensinou, todavia,
Este limbo sem gravidade e sem ti.

É como a primeira vez que me senti sem pé no mar
Mas até isso alguém me ensinou!
Não há poesia na ideia de que já não existes,
Todos os meus esforços são inglórios.

Espero apenas que de cada vez que estas palavras
E outras que tal se soltem dos meus dedos,
Levem com elas um pouco do escuro que descrevem.
Que levem os momentos
Em que ainda não te encontro de sorriso nos lábios.