sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Rochedo é o meu nome do meio.
De espuma é a minha carcaça
E todos o ventos um juizo.
Assobiam e desfazem
Essas fortalezas de nada
E da dura matéria
Resta o nome que me mancha.

Barco de papel,
Um prazo de validade.
Será o barco apenas barco,
Quando na água que o desvanece?

Assim se conta a parábola
Do desaparecer.
A cantiga da moral
Em rochedo de espuma.

Serão nossos somente os dias honestos,
Leais, mais que fiéis.
Só esses poderão ser rasgados do calendário.
Apenas esse papel figurará
Nos desígnios do concretizado.
E levado ao mar, far-se-á barco.

Finalmente ler-se-á na proa,
O derradeiro nome:
"Despedida".

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