segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Nudez sazonal

E fez-se outono em dois dias.
Dois dias não te olhei
E hoje estavas nu de cores e calor.
Em dois dias desapareceu-te tudo
E eu dormia.

Foi um fechar de olhos do meu cansaço.
A névoa lá fora disse-me para ficar.
No entretanto, abraçou-te e despiu-te.
Deixou-te nesse abandono sazonal
E eu partilho a passiva culpa.

O tempo há-de vestir-te de novo
E se ainda me quiseres,
Talvez possamos ter finalmente
Uma primavera ou verão.

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