Diz que é difícil ser-se alguma coisa.
Difícil não é sentar e ser,
Não é ter a imagem dessa coisa
E personificá-la.
Difícil é querer o suficiente.
Difícil é não perder o norte sem GPS.
Difícil é aceitar os quereres dum corpo
Que cresce e não quer regras.
Difícil é ser inteiro.
Regressos e despedidas arrancam-nos pedaços,
Começos implicam uma existência assimilada.
Que quereres, que coisas sobrevivem aos adeus?
Sorte de quem quer e é,
A coisa para que nasceu.
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