De onde a onde se mede?
Tudo o que dizemos, criamos,
As pessoas em que existimos, ...
Será isso a continuação
Da nossa existência?
Será possível sair deste poema
E agarrar-te pela mão para que fiques?
Será que dá para ficares
Mesmo que tenhas de ir?
Como se enche o buraco sem ti?
Como se faz paz com a inexistência de ti?
Há existências que nunca deviam ir.
Confiei que sempre lá estariam
E neste momento, não há discurso
"Do correr da vida" que me convença.
Tu que me abriste portas e os olhos,
Tu que me deixaste um bilhete de comboio na mão,
Tu que fizeste de museus rebuçados aos meus olhos de criança,
Tu que me mostraste os nossos poetas e pintores,
Tu que me escutaste toda música e toda eu,
Produto muito do teu dedo de fada madrinha.
Vais ter de continuar a existir.
Existências como a tua não desaparecem.
Nós não conhecemos
O correr dos dias sem ti.
Ensina-nos!
Mas só se tiver de ser.
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