quarta-feira, 16 de maio de 2012




Hoje não consigo partir.
Não consigo descansar os meus olhos
E deixar-me ir.
Tenho um tormento que me chora
E me ri e me confunde, até!
Tudo gira e me foge
Com toda a réstia de energia
Que este dia ainda me concede.

Hoje não consigo partir.
Não consigo fechar-me em mim,
Nem que por umas horas
Que tão pouco contam no correr das vidas,
E deixar de fora o mundo
E todos os assuntos pendentes dele!
Talvez porque pendente é
Também a minha existência
E tudo o que dela emana
Num baile de primavera.
Uma primavera transfigurada
E sem dormir.
Sem sono, na verdade!
Mas com o cansaço que se faz
Consequência e que a rasteja enganada.

Hoje não consigo partir.
Ninguém me sente a falta
Mas eu já não sei partir!
Talvez porque ficar é o caminho,
Sonhar é miragem e engana as gentes.
Ofusca as gentes!

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