domingo, 10 de julho de 2016

Eu queria trazer-te para a minha insónia.
Não há horas, há só momentos aqui
E é uma prisão.
É a prisão ambulante onde não entras.
É só minha e não a percebes,
Não a conheces e culpas não há.
Não se conhece a claridade
Do desespero noturno senão na solidão.

Ainda assim,
Eu queria trazer-te para a minha insónia.
É aqui que existo quando não me sabes de cor,
É aqui que sou o pouco que não é teu.
Mas teu é tudo e o nada é impossível.

Não pode haver um nada depois de ti.
O nada acabou e eu não sou mais só minha.
És as horas claras do meu dia,
As carnais da minha noite,
Mas não conheces a minha insónia.

Não conheces a claridade que me destrói
Quando já não mais quero desaparecer.

Vou trazer-te para a minha insónia,
Vou trazer-te ao teu inumano.
É a única forma de saberes
O humano que me habita
E me quereres ou não quereres.

A eternidade é dos acordados,
Mas se tu dormes, quero adormecer também.
Este despertar do nunca adormecer,
É a prisão que me explica.
A única verdade que falta.


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