sexta-feira, 10 de maio de 2013

Camisa desabotoada


Se a minha camisa precisasse de botões,
a natureza não os teria feito
neste exagero de fragilidade.
Esses botões não lhe pertencem
e é nesse abandono que não te nego.
Até porque não seria capaz!
Na medida dos nossos impetos,
é escassa a eficácia de tais trancas.

Chamam-lhe cosmos, destino,
fado ou equilibrio...
Não sei!
Nomenclatura é coisa de que não me quero ocupar por ora!
Todos eles juntos conspiram por nós,
a favor de nós.

Abre-se a minha camisa só porque me olhas,
Fitas-me e o teu toque é uma apoteose de sentidos,
um eufemismo do nosso desejo!

Utopia da tua mão que toca este corpo a ti oferecido,
destinado.

Não vale a pena fechar botões que teimam em se abrir,
não tocar com a pele o que a alma já uniu há tanto tempo!

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